Páginas 127 à 134
- Nobres mentores que nos honrais com as vossas presenças.
Queridas irmãs e queridos irmãos em Jesus-Cristo:
Louvemos o Senhor e cantemos-Lhe hosanas!
A lei de progresso é incontestável, e o amor de nosso Pai é incomensurável, proporcionando a tudo e a todos contínuo aprimoramento que os levará às culminâncias da plenitude.
Conforme assinalado por Jesus, no sermão profético registrado pelo evangelista Marcos, no capítulo 13 e seus versículos, vivemos a época dos sinais representativos das grandes mudanças que se operarão no planeta terrestre ao largo dos evos.
Posteriormente confirmadas as graves revelações por João evangelista, no seu memorável Apocalipse, vivemos já esses dias significativos, anunciadores das grandes transformações que se vêm apresentando no orbe amado.
Muito antes deles, os profetas Isaías, Enoque e outros, também assinalaram os acontecimentos que deveriam suceder, graças aos quais um novo mundo rico de bênçãos surgiria para a humanidade.
Por sua vez, o calendário Maia igualmente registra os graves sofrimentos para as criaturas terrestres deste período, com grande margem de acerto...
Nostradamus, o mais célebre dos profetas, teve ocasião de assinalar os eventos dolorosos que se abateriam sobre os seres humanos, caso permanecessem nos comportamentos arbitrários que se têm permitido.
Mais recentemente Edgar Cayce previu mudanças muito acentuadas na geografia terrestre, em várias partes do seu país e noutros continentes, como resultado de fenômenos sísmicos definidores do novo mundo...
... E multiplicam-se, ao largo da História, as revelações em torno das ocorrências afligentes que se vêm apresentando em toda parte, chamando a atenção das criaturas humanas, que permanecem descuidadas, absorvidas pelos vapores do prazer e dos gozos desgastantes.
Os Espíritos do Senhor também referiram-se a esse respeito a Allan Kardec, durante a codificação dos seus ensinos, elucidando que ocorrências trágicas assolariam o planeta, trabalhando-lhe as estruturas físicas, morais e espirituais.
Periodicamente, profetas de ocasião e sensitivos dignos expressam os seus sentimentos e preocupações em torno das grandes mudanças que já acontecem, mas que se tornarão mais expressivas, caso a sociedade prossiga na correria desenfreada dos descalabros morais provocados pelo egotismo a que se aferra.
Tais fatalidades se expressam como efeito dos comportamentos primitivos que ainda nos permitimos, distanciados dos ensinamentos libertadores apresentados por Jesus, e de fácil vivência, desde que aplicados aos conceitos morais e espirituais vigentes na sociedade engessada na ignorância e no materialismo, mesmo aquela que se vincula teoricamente a determinadas crenças religiosas.
De certo modo, a paisagem das revelações apresenta-se dantesca, temerária.
Não obstante a valiosíssima contribuição, em torno dos acontecimentos lutuosos, tem havido um grande olvido a respeito daquilo que acontecerá depois das ocorrências destruidoras.
Todas as profecias, no entanto, afirmam que surgirá um mundo melhor, uma nova Jerusalém, terras onde manarão leite e mel, paraíso de luz e beleza, por que não dizer, o reino dos céus na Terra mesma...
... E essa revelação é esquecida, porque ainda predomina em o espírito humano o interesse de informar sobre o apavorante e ameaçador, com esquecimento, proposital ou não, em torno das benesses do amor e da misericórdia de Deus para com as Suas criaturas.
Quando o evangelista João ouviu as graves revelações seu coração ficou pesado, e ele perguntou: - Não há esperança?
Havia muita aflição no discípulo amado, que logo escutou a resposta formosa: Sempre há esperança, ó tu, para quem o céu e a terra foram criados...
Uma segunda possibilidade faz parte dos divinos planos, desde que as criaturas correspondam à expectativa do amor, gerando novos recursos em torno do bem, que produzirão efeitos edificantes.
Assim prossegue o grande vidente do Apocalipse: Mas eu não vi o que aconteceu a eles, pois a minha visão mudou, e eu vi um novo céu e uma nova terra; pois o primeiro céu e a primeira terra haviam acabado... A emoção tomou o apóstolo que então exultava, quando ouviu uma grande voz (dos seres angélicos) que dizia: Não mais haverá morte, nem tristeza, nem choro, nem haverá mais dor.
Houve uma pausa alentadora, diminuindo as preocupações dos ouvintes em relação aos acontecimentos afligentes em pauta.
Pessoalmente, sempre me detivera na revelação do desespero, não nos efeitos decorrentes, quando chegasse o período de bênçãos, logo após as grandes calamidades, no mundo renovado.
A seguir, o digno mensageiro deu continuidade à peroração:
Ocorrerão essas bênçãos, porque Espíritos não comprometidos com o mal estarão no planeta construindo o reino dos céus nos corações e trabalhando eficazmente em favor da solidariedade atendida pelo amor.
Virão apressar o progresso moral, utilizando-se do intelectual e tecnológico para promover a fraternidade entre os povos, a fim de que os mais poderosos ajudem no desenvolvimento dos menos aquinhoados, substituindo a guerra pela solidariedade, a escravidão decorrente do comércio perverso pela liberdade de escolha e de trocas, combatendo as doenças pandêmicas e endêmicas, as degenerativas, que já não se justificarão, porque os membros da formosa família não estarão assinalados pelos débitos de grande porte...
O planeta renovado na sua constituição física, harmonizadas as placas tectônicas, diminuída a alta temperatura do magma vulcânico, muitos cataclismos que o assolavam e destruíam, desaparecerão, a pouco e pouco, apresentando-se com equilíbrio de temperatura, sem os calores calcinantes, nem os frios enregelantes, e com paisagens edênicas...
Adaptando-se às novas condições climáticas, o organismo físico experimentará modificações especiais, em razão também dos seres que o habitarão, imprimindo nele outros valores fisiopsicológicos, que irão contribuir para a sua evolução e espiritual.
Será nesses corpos que estarão reencarnadas multidões de visitantes benéficos, contribuindo para o progresso da humanidade.
Concomitantemente, aqueles que puderem fruir desse momento, após a grande transição, graças ao pensamento e à iluminação interior, libertar-se-ão de órgãos desnecessários, mantendo formas gráceis e leves, compatíveis com a futura atmosfera física e moral da Terra feliz.
Nesse comenos, os irmãos geradores de distúrbios e de conflitos, os guerreiros contumazes e os arruaceiros, aqueles que se comprazem nos campeonatos da perversidade, por sintonia vibratória transferir-se-ão para outro planeta cuja psicosfera seja compatível com as suas condições, recebendo-os em exílio temporário, quando aplicarão os conhecimentos tecnológicos para auxiliar os seus habitantes, sofrendo a dor da saudade, da separação dos afetos, e preparando-se moralmente para o retorno, para a ascensão...
Nunca se perdem os valores ante os Divinos Códigos, e o Pai Amantíssimo vela pelo Universo, havendo delegado a Jesus a criação e a governança da Terra, que vem conduzindo com inefável amor e ímpar compaixão, a fim de que os seus habitantes nos despojemos das imperfeições que nos retêm na retaguarda, e, como filhos pródigos, retornemos ao Seu rebanho.
Novamente silenciou emocionado, Luzes diáfanas adoravam-no, á medida que falava, oferecendo-nos uma voz doce e inesquecível.
Continuando, afirmou:
- Muitos de nós, equipamo-nos dos conhecimentos próprios nas áreas da genética, da embriologia e da embriogenia, a fim de prepararmos os corpos que acolherão por algum tempo, no claustro da maternidade, esses mensageiros do amor e da misericórdia na sua peregrinação terrestre...
A nossa excursão ao planeta amado objetiva preparar a sociedade para o esforço sublime da grande transição.
O tempo urge, e é necessário recuperar os dias malbaratados nos jogos viciosos da ilusão.
Necessitamos da contribuição oracional de todos, suplicando ao santo Poverello, que interceda a Jesus por nós, Seus obreiros imperfeitos que reconhecemos ser.
Exorando a excelsa misericórdia do amor para todos, agradecemos a vossa atenção e aquiescência em nos ouvir, assim como vós outros em participardes do futuro empreendimento preparatório da nova era.
Permaneça a paz em nossos corações.
Um profundo silêncio, feito de emoção e reconhecimento, dominou todo o auditório enlevado.
Nesse momento, o santo de Assis levantou-se, dirigiu-se à tribuna, e, nimbado de claridades siderais, exorou, emocionado:
Mestre sublime Jesus:
Fazei que entendamos a vossa vontade e nunca a nossa, entregando-nos às vossas mãos fortes para conduzir-nos;
permiti que possamos desincumbir-nos dos deveres que nos cabem, mas, não conforme os nossos desejos;
lançai vosso olhar sobre nós, a fim de que tenhamos a claridade da vossa ternura, e não as sombras da nossa ignorância;
abençoai os nossos propósitos de servir-vos, quando somente nos temos preocupado em utilizar do vosso santo nome para servir-nos;
envolvei-nos na santificação dos vossos projetos, de forma que sejamos Vós em nós, porquanto ainda não temos condição de estar em Vós;
dominai os nossos anseios de poder e de prazer, auxiliando-nos na conquista real da renúncia e da abnegação;
ajudai-nos na compreensão dos nossos labores, amparando-nos em nossas dificuldades e socorrendo-nos quando mergulhados na argamassa celular;
facultai-nos a dádiva da vossa paz, de modo que a distribuamos por onde quer que nos encontremos e todos a identifiquem, compreendendo que somos Vossos servidores dedicados...
... e porque a morte restituiu-nos a vida gloriosa para continuarmos a trajetória de iluminação, favorecei-nos com a sabedoria para o êxito da viagem de ascensão, mesmo que tenhamos de mergulhar muitas vezes nas sombras da matéria, conduzindo, porém, a bússola do Vosso afável coração apontando-nos o rumo.
Senhor!
Intercedei, junto ao Pai Todo Amor, por vossos irmãos da retaguarda, que somos quase todos nós, os trânsfugas do dever.
As últimas palavras foram enunciadas com a voz embargada pela emoção.
A um sinal de Lopes Neto, o organista começou a dedilhar o teclado com harmonia.
Flocos de luz desciam suavemente ao ritmo da melodia que escutávamos, e, automaticamente, pusemo-nos a abraçar-nos, seguindo o exemplo dos nobres membros da mesa diretora.
A reunião fora encerrada com especial onda de ternura e de beleza.
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